quarta-feira, 3 de julho de 2013

Um País Ingovernável

Estou pela primeira vez a escrever um post em português pois quero que todos os portugueses que tenham a possibilidade de o ler, percebam-no perfeitamente.

Estive nos últimos dez meses a viver fora do país e cheguei há apenas 5 dias. No entanto, foi o suficiente para ver o início da queda do XIX Governo Constitucional da República Portuguesa expressado pela demissão de dois dos ministros mais importantes do governo, um por razões de estabilidade financeira e outro por razões de estabilidade política.

Há dois anos atrás o governo que foi apresentado aos cidadãos deste país representava uma tentativa de mudança (e de limpeza dos problemas que o governo do Sr (Eng) José Sócrates criou) com uma coligação entre o PSD e o CDS, o que dava ao governo uma maioria parlamentar! O governo tinha capacidades para fazer algo melhor pelo país!

Contudo, toda a conjuntura económica que envolvia o continente europeu desgastou este governo e o nosso país está neste momento a passar as 48 horas mais ridículas das últimas décadas! Como é que é possível que numa altura em que Portugal está na corda bamba, o ministro das finanças, Vítor Gaspar se demita? É algo simplesmente impensável que não aconteceria em mais nenhum país do Mundo. Mas na sua carta de demissão, Gaspar falou da falta de coesão do Governo, algo que observámos em várias situações de birras entre os líderes da coligação, e isso parece que obteve a sua mais clara confirmação hoje, dia em que Paulo Portas se demitiu.

O que sinto neste momento é uma mistura de confusão, revolta e incredibilidade. Por muito absurdo que a demissão de Gaspar seja, era algo já de certa forma esperado desde Novembro e pode ser compreensível. Mas o Sr. Portas conseguiu mostrar ao país uma irresponsabilidade monumental! Conseguiu acabar com este governo! Amanhã vamos provavelmente ouvir nos noticiários que o CDS vai abandonar o governo e aí lá se vai a maioria parlamentar, lá se vai o governo.

No entanto, o desfile de palhaços continua. Tenho que dizer que Pedro Passos de Coelho é um dos primeiros ministros mais fracos e pouco inteligentes que já existiram. Ele deveria ter evitado estas duas demissões antes de elas virem a público. Especialmente a de Portas. Se existia mesmo uma coligação, a escolha da nova ministra das finanças deveria ser do agrado de ambos os líderes e OBVIAMENTE que, visto que Gaspar disse que já não tinha condições políticas para continuar, deveria ter sido escolhido alguém de fora do Governo e não alguém com o mesmo tipo de pensamento e que esteve envolvida na polémica dos contratos swap.

Subindo ainda mais um pouco na pirâmide desta democracia portuguesa, vem o nosso presidente da República, Cavaco Silva. Um verdadeiro incompetente. Como sempre tomou a sua posição neutra, como se nada passasse no seu mundo e depositou toda a responsabilidade do futuro do governo na Assembleia. Não percebo como é que aquele homem consegue mostrar tal falta de respeito perante os seus cidadãos. Por favor Sr Presidente demita-se, já que estamos numa onde de demissões.

Nas televisões, os comentadores falam de toda esta situação, cada um achando que isto ou aquilo deveria ser feito, mas todos sabemos o que seria se os puséssemos a governar... Contudo, e apesar de não gostar particularmente da maior parte daquilo que diz, devo citar Miguel Sousa Tavares que no programa "Por Onde Vamos" na Sic Notícias que voltando-se para os seus colegas disse "Mas algum de vocês gostaria de governar Portugal?". Será que a verdade é essa? Somos um país impossível de governar? Ou o problema está nos governantes?

O governo caiu e disso ninguém tem dúvidas. O que vai acontecer pode ser uma de duas coisas: ou Coelho e Cavaco aguentam com o que se esta a passar e decidem continuar com o governo, mesmo sem maioria; ou vamos a eleições antecipadas, o que poderia significar Seguro como primeiro ministro. De um ao outro venha o diabo e escolha. A situação é completamente ridícula, tal como os políticos deste país.

Tenho pena de Portugal

1 comentário:

  1. Pois eu, em movimento inverso estava fora do país na altura de parte deste jogo de cadeiras digno dos jardins de infância. No entanto, de regresso a casa quase nada tinha mudado. "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" já se disse mas parece que agora não! Agora demito-me... afinal já não me demito! É incompreensível e inadmissível! Foi apenas um pequeno desabafo porque as soluções não existem neste país. É preciso uma liderança nova mas essa, parece-me que só chegará (se chegar) daqui a alguns anos. Espero que seja em breve ou, se não for possível que sejam vocês (se regressarem a este país à beira mar plantado) que o conduzam à sua verdadeira essência e capacidade porque muitos de nós trabalham muito por isso.

    Beijinhos

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